O sr. Antônio liga na Clínica Fluxo pedindo uma consulta urgente. Ele já é cliente antigo da clínica e tem um problema circulatório chamado de linfedema, mas é um pouco relutante no tratamento. Mas nessa ligação ele está profundamente preocupado e queria passar em consulta o mais rápido possível. Refere que há 2 dias apresentou intenso mal-estar, de início muito rápido, que o impediu de trabalhar.

Esse mal-estar era acompanhado de febre alta e muitos calafrios. Não tinha ideia porque estava sentindo aquilo, mas fez uso de um antitérmico e melhorou parcialmente. Ontem, ao acordar observou que sua perna direita, a que tem o linfedema, estava muito vermelha e inchada e os sintomas de febre e intenso mal-estar retornaram.

Lembrou que tinha uma frieira (micose) entre os dedos dos pés e já havia lido no blog da clínica Fluxo como aquela simples micose poderia desencadear um quadro infeccioso mais grave.

Bem-vindos a mais um episódio do podcast Fluxo Vascular. Hoje, vamos mergulhar profundamente em um tópico que muitos de vocês podem não estar familiarizados, mas que é extremamente importante para entender a saúde vascular: a Erisipela.

Eu sou o Dr. Robson Barbosa de Miranda e esse é o Fluxo Vascular, sua fonte de informação médica de qualidade e fácil compreensão. Toda semana um episódio com temas abordando as perguntas mais comuns no consultório médico vascular.

A erisipela é uma infecção de pele que ocorre quando bactérias, geralmente estreptococos, penetram em uma lesão pré-existente na pele e atingem os vasos linfáticos. Isso pode causar uma série de sintomas, desde mal-estar geral e febre até vermelhidão, calor e dor na área afetada. A erisipela é uma condição bastante comum, afetando cerca de 200 em cada 100.000 pessoas por ano.

Agora, você pode ter ouvido alguns outros nomes para essa condição, como erisipele, zipela, zipra, ezipra ou fogo de Santo Antônio. Mas o termo correto é ERISIPELA. Esses nomes alternativos são populares no Brasil, mas é importante lembrar que a terminologia médica correta é erisipela.

Os sintomas da erisipela podem ser bastante intensos e variados. Antes mesmo de qualquer manifestação de pele na área crítica da infecção, os pacientes podem sentir um intenso mal-estar, febre, frequentemente associado a calafrios e prostração. Uma vez que a lesão na pele aparece, o diagnóstico fica mais fácil. Em casos mais graves, as placas avermelhadas podem evoluir com a formação de bolhas e, nesses casos, podem até terminar com a formação de feridas.

A erisipela pode afetar qualquer parte do corpo, mas é mais comum na pele da perna. Também pode afetar a pele da face, dos braços e até mesmo a pele do períneo, abdome ou tórax. A perna é definitivamente o local mais afetado pela erisipela, e mais adiante neste episódio, vamos explorar o porquê disso.

A principal causa da erisipela é a bactéria estreptococo. Mas outras bactérias, como o estafilococo, também podem ser responsáveis. Essas bactérias normalmente vivem na superfície da nossa pele e não são agressivas. No entanto, em condições de baixa imunidade, elas podem invadir a pele através de uma lesão e causar a erisipela.

Existem várias condições que podem aumentar o risco de erisipela, incluindo ter tido a condição antes, ter linfedema, ser do sexo masculino, ter baixa imunidade, viver em climas quentes e ter insuficiência venosa crônica. Cada um desses fatores contribui para um ambiente que é mais propício para a infecção se estabelecer.

A erisipela pode ser confundida com outras condições de saúde, o que pode levar a atrasos no tratamento. Algumas dessas condições incluem trombose venosa profunda, tromboflebite superficial, púrpura induzida por exercício ou calor, celulite (aqui referindo-se a uma infecção, não a gordura), fasciíte necrotizante, gangrena gasosa, síndrome do choque tóxico, entre outras. É crucial que os profissionais de saúde estejam cientes dessas semelhanças para garantir um diagnóstico e tratamento corretos.

O tratamento para a erisipela geralmente envolve o uso de antibióticos, além de cuidados gerais para aliviar os sintomas. A maioria dos casos pode ser tratada em ambulatório, mas a internação hospitalar pode ser necessária em casos mais graves. É importante lembrar que, embora a erisipela seja uma infecção bacteriana da pele, ela não é considerada uma doença contagiosa em condições normais.

Além disso, a erisipela pode ocorrer em vários episódios ao longo da vida, desde que os fatores de risco estejam presentes; e a erisipela de repetição pode levar a uma condição chamada linfedema secundário. Como em cada crise erisipela o processo infeccioso ocorre dentro dos vasos linfáticos, ocorre um dano colateral nesses vasos linfáticos que, ao longo do tempo, vão se tornando incapazes de cumprir sua função circulatória. Ainda assim, uma perna com linfedema é um ambiente propício para novo processo infeccioso, levando a um círculo vicioso bastante perigoso.

No entanto, é possível prevenir a erisipela através de cuidados intensos com a pele, atenção às micoses, evitar picadas de insetos, coçaduras ou foliculites, melhorar a imunidade e tratar o linfedema. Existem outras medidas medicamentosas que podem ser usadas, daí a necessidade de acompanhamento médico. Essas medidas preventivas podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver erisipela e garantir que sua pele permaneça saudável e protegida.

Se você suspeita que tem erisipela, o primeiro passo é procurar um médico. Na fase aguda, qualquer médico deve ser capaz de identificar, diagnosticar e iniciar o tratamento. Depois disso, você pode precisar de acompanhamento com um especialista em Angiologia, Cirurgia Vascular, Dermatologia, Infectologia ou mesmo Clínico Geral.

O importante é que a erisipela é uma condição bem conhecida, de tratamento relativamente fácil e com medidas de prevenção bem estabelecidas. Mas a atenção do paciente com seu corpo e o envolvimento cooperativo com os profissionais de saúde é de suma importância.

Esperamos que este episódio tenha ajudado a esclarecer algumas das suas dúvidas sobre a erisipela. Lembre-se, a informação é a chave para a prevenção e o tratamento eficaz. Compartilhe este episódio com seus amigos e familiares e ajude-nos a espalhar conhecimento sobre a saúde vascular. Até o próximo episódio do Fluxo Vascular, onde continuaremos a explorar o fascinante mundo da saúde vascular.

E assim chegamos ao final deste episódio esclarecedor sobre a erisipela. Esperamos que você tenha aprendido mais sobre essa condição relativamente comum mas que pode causar grande impacto a vida de uma pessoa.

Nós do podcast “Fluxo Vascular” acreditamos que compartilhar conhecimento é fundamental para promover a saúde e o bem-estar. Se este episódio trouxe novas informações e ajudou a dissipar dúvidas sobre a erisipela, ficamos imensamente gratos.

Se você conhece alguém que possa se beneficiar com essas informações, não hesite em compartilhar este episódio. Quanto mais pessoas conhecerem a erisipela, mais fácil será a orientação adequada quando ela se apresente.

Aproveitamos para agradecer a todos os nossos ouvintes que tornam possível a existência deste podcast. Sua audiência é o combustível que nos impulsiona a continuar pesquisando, produzindo e compartilhando conteúdos relevantes sobre saúde vascular.

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O Fluxo Vascular é produzido, dirigido e editado por mim, Robson Barbosa de Miranda.

Muito obrigado por nos acompanhar. Desejamos a você uma jornada saudável e consciente. Até a próxima semana!


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